Há pouco mais de um mês, minha sobrinha e afilhada de 8 anos fez um trabalho de inglês na escola o qual tinha que desenhar algo que representasse uma determinada palavra em inglês. A palavrinha dela era "Sad" (tradução: tristeza).
Então, essa garotinha de apenas 8 anos, mas com uma luz e uma sensibilidade incríveis, fez o seu desenho. Ela não desenhou quando caiu da bicicleta, quando se perdeu no shopping ou quando ficou de castigo. Nem quando seu cachorrinho morreu, ou quando seu peixinho morreu, ou quando seu hamster morreu. Ela desenhou que, quando pensava na Bia, ficava triste.

Assim como a dinda aqui, ela também está triste. E essa tristeza leva as pessoas a se unirem em resposta à perda, trazendo outros sentimentos à tona: solidariedade, respeito, empatia, generosidade, compaixão. Que bom que o desenho de Gabi retratou a sua tristeza e o seu estado de espírito. Fico feliz em saber que ela está sabendo lidar, já desde pequena, com esta sensação e permitiu que ela se achegasse, a aceitou, a abraçou. Vivenciar a tristeza, seja falando ou através de um desenho, não é fácil para os adultos, imagina para uma criança. Mas ela traz consigo a capacidade da gente dar valor à felicidade e ter esperança de que a gente é capaz de juntar os nossos pedaços e se refazer para ser feliz.